1194 - A Eterna procura - 17/05/2016

A Eterna procura


A procura é a tentativa de repouso do indivíduo sobre o porto, seu ponto final de destino. Enquanto a eterna busca é a tentativa de efervescência do indivíduo sobre o caminho que leva ao porto.

Na procura tudo o que significa para um indivíduo remete a uma aproximação ou recuo quando ao limite idealizado. Então o percurso não importa para este indivíduo, mas sim a sensação de se estar perto ou longe de seu objeto.

E como uma função matemática as sensações desencadeadas por este movimento são como ondas do mar que ora fluem em aproximação do barco, ora se distanciam porque a maré segue outra tendência que não a fluidez para a perto do destino.

Então passa o homem a se fixar nas estruturas que lhe trarão felicidade e nas estruturas que jogam a sua felicidade para um lance longínquo de sua ideação.

A procura por vezes é perversa porque o indivíduo passa a querer a sensação de proximidade em vez do alcançar deste limite que se supõe encontrar o seu porto seguro.

A procura, em outras palavras prende o indivíduo num eixo oscilatório entre estar próximo ou distante, em que um processo de linguagem desencadeia sobre este indivíduo processos somáticos que derivam entre uma ruptura e um enquadramento de excitações.

Então em nossa metáfora da viagem em uma nau, está o homem muito mais preocupado se o barco está a deriva ou caminhando para o seu lugar de destino, mas sua mente está ancorada neste ponto em que de deseja chegar.

Mas quando o navegante chega ao lugar de destino, a aproximação tão desejada é atingida, porém a ocupação principal do barqueiro não era de se chegar ao destino, se não apenas cuidar para que a interlocução de aproximação indicasse a estrutura de linguagem que se pretende de fato justapor a sua necessidade.

E a alma deste navegante é cativa de encontrar outro objetivo, não realizado para que sua estrutura de linguagem possa agir de forma a gestar equações de proximidade que o farão distanciar seus pensamentos e aproximar suas emoções de encontrar-se com o objeto de desejo.

Não importa a subjetivação que leva a melodia do percurso, e sim os acordes que mantém os pontos graves e agudos circunvizinhantes a um sistema de ajuste da sonoridade.

O ouvido é um bom estratagema, seria a metáfora delirante da própria metáfora, em que a equalização do som é o subproduto desejado que faça bem aos ouvidos de quem navega.

Então as notas são mais importantes que seus conteúdos, assim, a metáfora da busca em que o percurso é precioso pouco importa, o que verdadeiramente importa é ouvir as sensações que a reprodução da música faz suportar a expectativa de um homem.

Seria esta procura uma busca também, pela ativação da sensação pelo corpo em distintas posições num dado momento em que uma medida de comparação é alicerce do desejo do lugar onde se planeja aprisionar como eixo consciente de manutenção de uma identidade projetiva como orgasmo de um indivíduo.

Onde o induzimento ao flutuar das sensações exercesse um papel de garimpar uma unidade que somente pode ser obtida quando um limite é atingido num campo revolto entre estar próximo e distante.

Mas se deseja de fato gestar a flutuação, porque o indivíduo percorre uma ilusão por um tipo de abstrato que seu direito de gozo está na manutenção de um inconsciente que ejacula incessantemente sem se preocupar com os critérios de parada, pois se objetiva intensificar a experiência de reter e lançar para expectar a sensação que conduz este indivíduo a uma vivência do conquistado com uma satisfação muito mais plena e vigorante que o simples ato de aportar.

A lua está a bombordo, mas ela nada representa para quem está numa eterna procura, porém simboliza muito para aquele que subjetiva em sua busca, representada na forma de significação que lhe incorpora algo represado seu que tem um valor uníssono que representa uma unidade que transfere ao outro um sentido próprio de um existir conjunto.

Porém a lua refletida nas ondas pode significar a pulsão de vida e de morte que faz aproximar o indivíduo da metáfora da procura, em que se senta aprisioná-la nas flutuações reverberantes das ondas em que o sentido do encontro nunca é absorvido devido a oscilação contínua que não reduz o resultado da equação a um ponto absoluto.

Para quem se incorpora na linguagem dentro da fluidez do sinal esta procura será por vezes deslocada toda vez que a mente aflita visualizar o seu ponto de encontro, porque o seu objetivo não será mais conquistado, e deverá ser abandonado para dar lugar a um vazio que  o preenchimento não terá outra solução do que apenas outra procura para preencher o ponto cego que se forma na vida em período de latência deste indivíduo. É uma senda da vida que basta apenas sobreviver sem de fato almejar o ponto seguro onde está a solução do conflito.

Autor: Max Diniz Cruzeiro

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