1203 - O Eterno Raciocinar - 26/05/2016

O Eterno Raciocinar


Quando se está à deriva ocorre um esvaziamento do SER e um preenchimento de um vazio que na ausência não tem outro subterfúgio a não ser acoplar este Eu que auto se nomeia dono do SER.

Então na metáfora do navegante o navio ao partir, antes fusionado ao cais, passa a pertencer à maré e a seguir aos seus caprichos levado para onde as arrebentações das águas na sua junção lunar fazer fluir o ensinamento que melhor irá deslocar, como uma pulsão, os indivíduos que na nau hospedam.

O movimento expiatório de uma expectância do porvir e do por vir, torna o navegante um arteiro a guiar pelo alvo de uma bússola que sempre aponta para o norte. Como se a magnetita teleguiasse seus sentidos para qual direção ele deva seguir.

Mas o imã da bússola com a magnetita do SER são simples metonímias de algo que somente pode ser nomeável se transcrita dentro do recipiente certo.

Pouco ainda se sabe, ou se visualizou fabricar sobre o pleonasmo que leva o navegante a construir seu sentido corporativo de ordenar as ideias que o farão aportar além-mar no porto que o espera.

Como se a metáfora do navegante fosse neste meio termo transformada em sua antítese, no sentido de sua negação, a configurar uma catacrese da existência deste navegante.

E a metáfora do navegante sendo uma catacrese se incorpora a realidade de quem navega como se transpusesse uma barreira de significado, porque o sentido fora ampliado em que a barreira da foraclusão de um Pai ausente do significante fosse completamente ignorada, para dar à luz a um novo mecanismo de existir na forma de um elemento racional que confere uma identidade para o indivíduo que absorve como próprio seu um conceito que remete a uma significação de vida.

Então estas cadeias de significantes que estão e não estão incluídos dentro de um processo de significação, somente passam a incorporar o SER quando a metáfora é substituída por uma catacrese do navegante, em que este passa agir em atuação numa visão a uma miragem que se instala no indivíduo tornando-o a coisa como tal é.

Se uma metonímia fosse requerida para que o navegante compreendesse sua natureza particular de ser, seria a metonímia do navegante figurante de uma necessidade de nomeação pela fabricação de um novo signo que a distingue (para uma inscrição definitiva), que por conversão iria primeiro se transformar em um anacoluto ou silepse, para se constituir uma ignorância na vertente de uma condensação por catacrese, numa tentativa eufêmica de fazer emergir um significante primordial (S1) que como um parto em alto mar dê a luz a um novo conceito que passou a emergir das pré-significações anteriores.

Então o eterno raciocinar não esbarra nos bloqueios dos significantes porque ele intenciona utilizar o processo de linguagem frente a este real que tenta o imaginário absorver na essência da configuração de uma linguagem que se inscreve no simbólico numa frequência gradativa em que os fatos são desencadeados, sem com isto apressar na integração deste Eu que mostra-se espelhado, mas que ainda não jorrou a significação de um Eu ideal que representasse algo que deva ser perseguido por parte deste indivíduo.

É como a relação deste simbólico que se inscreve e não se valida fizesse parte de um Grande Outro presente nesta nau, como um ilustre rei que viaja a bombordo no navio, que ao mesmo tempo não almeja formar vínculo com a tripulação, mas como hóspede intenciona para sua própria segurança conhecer os mecanismos que permitem a permuta entre a tripulação e a realeza para se pacientar a relação entre eles enquanto o percurso ainda é inscrito.

Quando este Rei passa a ter compreensão sobre o que o está transportando, ele incorpora a coisa, como um ego se incorpora ao indivíduo, e passa de uma estrutura delirante para uma estrutura racional que passa a ser o próprio indivíduo.

Porque o raciocínio se desdobra em significantes de infinita incompletude, esperando o laço da significância, como uma dobra que remete o sentido ao indivíduo que hospeda o conceito.

E se transforma em um sentido firme que tem repercussão sobre o biológico, como um marinheiro açoitado no convés por indisciplina em que a representação do seu mau feito está ancorada num processo lúdico de punição pela coisa malfeita e pela repreensão pelo maldito numa verbalização de insulto a este Rei cujo dever do marinheiro era apenas de transportá-lo e não fazer escárnio de sua palavra para lhe aferir ofensas.

Porque o Rei é soberano, e o que o Rei impor como lei deve ser alvo de compreensão, aceitação e disciplinação. Porque a lei do Rei está envolto num contato direto com um Pai que se nomeia de ordem superior, e como instrumentação “divina” deve ele ser obedecido como um grande superego que se infla contra o filho que não faz suas obrigações no convés.

Porque é estabelecido um código, em que a conduta deve seguir um manual de instruções, que não está no Real, mas que coaduna entre o imaginário e o simbólico, numa espécie de simbolização em que a linha de raciocínio se prendeu como forma de lei.

E sendo lei é um atributo do racional, que está inscrito e ao mesmo tempo validado, e passa a ser o que deve reger o SER como a manutenção de um caminho que deve guiar os seus passos, porque assim senão seria louco o homem que na sua insignificância afrontasse o Rei, pois sua função de súdito é se não apenas seguir os seus passos, antes validados por aqueles que fizeram o juramento para seguir uma conduta de existir. Esta é a lei da nau na metáfora do navegante, assim digo, pois, assim o é.

Autor: Max Diniz Cruzeiro

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