1207 - Amor Fato - 26/05/2016

Amor Fato


O amor fato visualizado no nível relacional será objeto deste estudo, em que se configura a união de dois polos que conectam pelo menos um tipo de unidade sensória por processo de espelhamento que permite duas partes se fusionarem sem nunca se tocarem.

Assim a mãe ao se conectar ao seu filho em que um processo de acoplagem por meio de um estímulo como um sorriso, necessita além do trato visual, ou audível, ou gustativo, ou olfativo, ou tátil, de um condicionante que seja concordante e por espelhamento que reflita sobre esta mãe; e outra estrutura espelhada que reflita sobre este filho que permitam para ambos migrarem para seu cognitivo a porção de integridade que une os dois universos em termos de excitações.

Assim, um ato de amor para se tornar FATO necessariamente deve passar por um canal que irá conduzir emissor e receptor ao estabelecimento de um contato que pode ser em qualquer nível perceptivo dos indivíduos envolvidos.

Este contato faz migrar o conteúdo perceptivo que gera a excitação de um momento. Conteúdo este que decodificado pelo indivíduo que absorve e pelo indivíduo que transmite, em que o sistema reativo é capaz de gerar o feedback sensorial que determina os atributos que devem ser incorporados ao mecanismo de desencadeamento afetivo.

Então existe um sistema de permuta que nunca chega a ser uma troca palpável, mas um deslocamento que permite aproximar uma feição perceptiva de outra disposta de forma alheia ao sistema biológico do indivíduo.

Uma questão de transferência que a barreira ambiental suporta um nível de simulação espectral dos corpos, em que seja possível migrar a sensação para ser resgatada pelo ideal do outro.

Porém esta fonte de informações que se translouca de um ponto a outro apenas migra algo que se simula apreensão, como uma oferta que se transmite para outro que o intercâmbio de informações se pressupõe liberar um estímulo ideal caso seja concordante com o emissor, no qual há o lançamento pelo canal da frequência de estímulo excitatória que estabelece o vínculo esperado do indivíduo.

Estar num mesmo nível de concordância requer que tanto o emissor e o receptor se ajustem em termos de frequência de funcionamento, a fim de que a troca de atributos seja algo percebido como uma comunicação sensorial entre as partes.

Muitas vezes um sujeito se ilude que esteja de fato em elo que se estrutura no amor, mas na realidade quando ele reage está falando de si mesmo, como um comportamento que exige do outro que despenda uma correspondência em concordância com a emissão a ser estabelecida, mas em vez disto é o emissor um indivíduo que reage quando a própria essência do seu estímulo. Porque de fato ele nunca irá tocar o outro, se não apenas ter uma noção deste outro num contato mais sólido que aproxima os sistemas orgânicos numa excitação fundida.

Então amor é um processo de emissão mútua, em que ambas se esbarram na fronteira do espaço interior dos indivíduos relacionados, que se correlaciona com um espectro vitral do outro na forma de um ideograma que transporta o vitral da imagem que se constrói do outro nunca atingido, mas que está incorporado como espectro dentro deste indivíduo que se enamora.

Esse espelho faz papel de lente que ora foca para o interior e ora transmite os atributos que compõem para uma significação que será elevada a status de expressão para deslocar o estímulo para o outro ser que se pretende que o processo de enamoramento seja desencadeado.

A lente de um transfere para a lente de outro as feições corporais que indicam o que está ocorrendo internamente com os indivíduos que se enlaçam. E este processo é conhecido como enamoramento. No enamoramento os indivíduos verdadeiramente nunca irão se tocar, quando se fala em tocar o que de fato está em jogo é aquilo que se difere da estrutura corpórea, fala-se aqui da essência ou o íntimo dos indivíduos enamorados. Os universos apenas se comunicam na forma de permuta, porque o contato direto de um universo com outro ocorreria um choque estrutural que a unidade biológica não seria mais contida dentro de si mesmo, e desconfigurariam os dois indivíduos numa lei de atrito pois como diz a máxima: dois corpos nunca ocupam o mesmo lugar no espaço.

O espelho transfere para o indivíduo numa lente dupla na porção interna o reflexo daquilo que se espera receber como uma resposta sensorial, que pode estar focada sobre a incorporação de um atributo como uma certeza, ou na perda de um atributo como uma negação para o estímulo. Na parte externa o que se oferta para o outro. Ambos os indivíduos que se situam neste processo de comunicação passam por estes processos, embora a diferença de substrato de cada lente pode fazer com que o Eu de cada indivíduo possa estar centrado sobre partes específicas do código que se pretende de fato substanciar uma comunicação. Mas o amor de fato habita em uma zona que cabe uma correspondência mútua em que as partes visualizam o interior da outra conforme uma estrutura de saber que fornece a outro uma chave que permite acessar o interior da outra fusionado.

Nem mesmo os amantes possuem o tempo todo o elo que faz girar esta chave para abrir as comportas do outro indivíduo em seu aspecto enamorado. Há sempre a necessidade de reconfigurar a porta que irá abrir o caminho que conduzirá ao outro, porque o princípio da homeostase, autopoiese e plasticidade cerebral estão sempre remodelando os indivíduos e remodelando suas frequências de atividade de sobrevivência, à medida de novas incorporações, havendo necessidade de uma constância de renovação no qual os indivíduos novamente se interconectam para encontrar o código que irá abrir o cadeado para que a chave realmente faça efeito na conexão com o outro indivíduo. Por isto o amor sempre há necessidade de renovação, porque os processos quando distanciam haverá sempre a possibilidade de perda, e mesmo conectado essa verdade também será traduzida na forma de uma atividade acessória que também irá requerer um compromisso de assiduidade entre as partes.

Autor: Max Diniz Cruzeiro

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