123 - O Processo da Criatividade - 21/02/2014
O Processo da Criatividade
O processo de
criatividade é algo complexo e requer estruturação do pensamento. O problema da
sociedade moderna é que a linha de pensamento ensinado nas escolas é por
natureza singular, ou seja, linearizada. Para os alunos a rigor sempre lhes são
propostos problemas ou situações que lhes permitem julgar apenas
"sim" ou "não" e uma das respostas é verdadeira em
detrimento da outra.
Este processo de
restrição da psique parece ser algo válido e lógico, pode até simplificar o
raciocínio, porém em situações-problemas mais complexos, a linha de raciocínio
dos adolescentes falha porque não são capazes de enxergar além do que foram
condicionados a gestar suas ideias, pois não são inovadores, faltam-lhes
criatividade em suas ações.
Assim, estudantes do ensino
médio poderiam ser levados a trabalharem com diferentes áreas do cérebro, para
fazerem com que seus conhecimentos fossem mais dinâmicos. Dotá-los de processos
de correlacionamento entre vários campos do saber, unindo, por exemplo, a
matemática com o português, a física com um elemento em sua casa, a química com
o alimento que está utilizando em seu cotidiano, além de torná-lo um cidadão
capaz de aproveitar conhecimentos que muitas vezes são absorvidos de forma não
integrada, iria proporcionar uma aptidão em gerar soluções antes não
percebidas, ou seja, ser criativo e até mesmo inventivo.
É preciso dar
espacialidade para os adolescentes, fazer com que enxerguem além de uma linearidade
do pensamento. Gerar em seus cérebros uma nuvem de Oort, o que hipoteticamente
para a astronomia é uma junção de elementos físicos presentes no sistema solar
envolto por uma fina camada atmosférica, poderia ser para um aluno do ensino
médio um sistema ordenação de ideias que há todo momento são lançados em seus
cérebros de forma desordenada pela natureza do caos em que o processamento das
informações com o meio nós estamos a processar o tempo inteiro.
Fazer esta ordenação é
que está a criatividade do professor. É preciso trabalhar o conceito, dar
pluralidade ao seu significado para fazer sistemas de chaveamento cerebral cada
vez mais multilinearizados. O professor tem que ensinar a "manga da
chuva", a "manga da camisa", a "manga que fere a
consciência de quem jorra sobre o próximo, porque mangar de alguém é
feio", a "manga das ideias", e quiçá, as outras mangas que
desconhecemos...
Um caminho prático é
usar a homeostase, como disse antes, treinar a percepção de um fenômeno e ideia
em uma área cerebral, para num próximo momento treinar a mesma percepção sobre
outro foco em outra área cerebral para fazer com que o aluno possa gerar fases
de desenvolvimento até o processo tornar-se dinâmico e cíclico internamente.
Com o tempo o estudante vai passar a observar uma informação em um sentido mais
amplo.
Só assim a filosofia
consegue aflorar dentro de um estudante. Porque o questionamento terá sentido,
não mais abstrato como antes, mas próximo da realidade que o cerca e da
realidade quem o argui, como forma de testar sua capacidade de absorver o
conhecimento.
Aprovar num vestibular
será uma consequência, pois o processo de criatividade e invenção irá
proporcionar múltiplas percepções ao aluno que tentará de várias formas
resolver a situação-problema e até encontrar aquela via que para sua essência é
algo mais lúdico de ser desenvolvido e transmitido.
Autor: Max Diniz Cruzeiro
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