52209 - A História e a Arte da Excitação Cerebral - 06/09/2016
A
História e a Arte da Excitação Cerebral
A excitação cerebral surgiu
como solução tecnológica para a conquista e ocupação do espaço, onde condições
variantes de atmosferas diversas nos obrigaram à construção de equipamentos que
permitissem que nossos corpos permanecessem em equilíbrio, mesmo se encontrando
em natureza e gravidade adversa.
Consequentemente nosso
processo colonial se estendeu fora da zona habitável, encontramos outras
espécies, estudamos seu conteúdo, algumas nos tornaram amigas, outras, porém
depois de longos processos de disputa tivemos que nos afastar.
Nosso DNA se incorporou aos
primitivos seres que encontramos no sistema ao qual é habitado em que os
habitantes o denominam de planeta terra. E com isto conseguimos migrar parte de
nossa espécie para bordo deste orbe, que um dia foi capaz de deslocar vida para
abastecer outras zonas de colonização ao fazer o processo inverso.
A instabilidade cósmica deste
setor e nossa impossibilidade em socorrer os habitantes que aqui se fixaram
gerou declínios cíclicos em decorrência de eventos celestiais, como
fragmentação de massas estelares.
Porém, quando enfim
conseguimos nos organizar tecnologicamente, os sobreviventes de inúmeras
catástrofes naturais enfraquecidos em termos de parentescos de nossa espécie
pela miscigenação com o conteúdo do planeta e outros tipos de seres que
tentaram processo semelhante aqui de colonização já tinham perdido
completamente uma consciência de um indivíduo que tem condições tecnológicas
para transitar pelo espaço.
Nossa aproximação foi um
processo doloroso, porque não mais éramos reconhecidos como parte de uma mesma
civilização.
Utilizamos nossos processos de
medicina mais avançados e principalmente nossos mecanismos de condução de
pulsões que ativavam a circulação e os tratos neurais nos indivíduos
facilitando nossa comunicação.
Porém, alguns correspondiam
muito bem a aproximação, mas a grande maioria adquiriu um comportamento
agressivo, que nos fez desistir de vez do contato direto com esta civilização.
Os mais resistentes, foram
capazes de absorver alguns conceitos, e o processo de aprendizado da estrutura
linguística fez com que nós passássemos cada vez mais a sintetizar o nosso
vocabulário na forma de aproximação de palavras que possuíam uma fonética
semelhante. Um método parecido com a parentologia.
Porém um fenômeno de
deslocamento do sentido, tomou conta cada vez mais de grande parcela da
população que consentia no apoio psíquico direto, alguns passaram a nos
oferecer objetos de expressão de estima, como: pedras, flores, colares,
alimentos e até sacrifícios de animais, numa intenção em que a exploração deste
ideal em transmitir afeição era um visualizar distante através de
contratransferência da imagem que era refletida no globo ocular para nossos
meios e mecanismos de transmissão que estavam em órbita.
Outros, porém começaram a
ficar exigentes, e a elevar cada vez mais o nível de exigência, acrescentando
pedidos cada vez que se potencializava um possuir de algum elemento que o
desejo manifestava a posse presente no habitat.
O crescimento das demandas
muito nos assustou, porque estávamos de posse de um problema crescente em
corresponder os anseios que as sociedades humanas exigiam de nós.
Um processo acumulativo de
chantagem induziu muitos outros a incorporarem seus desejos numa satisfação de
não causar mal para terceiro em troca de benefícios que gerássemos para sua
prosperidade. Isto fez com que sofrêssemos muito em adotar a decisão de nunca
interceder diante da dificuldade de um indivíduo que estivesse conosco em contato
direto.
Muitos passaram a desviar do
verdadeiro tipo de conexão e começaram a criar mundos oníricos em torno de
estruturas de possessão em que, na maioria das vezes, eram responsáveis por nos
atribuir responsabilidade sobre os deslocamentos de afetação que gerassem
atitudes que levavam indivíduos para o conflito e a guerra.
Sempre passamos por processos
educativos, enviando seguidamente instrutores, mas o baixo nível de
conhecimento universal por parte dos contatados, quase sempre ocasionava um
excedente de egocentrismo em torno dos instrutores, aos quais, mesmo com nossas
advertências criavam núcleos de influência e passaram a se intitular Deuses ou
seus representantes legais.
Por outro lado, muitos
passaram a perseguir nossos instrutores pela falsa crença que seus ensinamentos
iriam converter em quebra a estrutura de influência que exerciam sobre os
demais.
Trilhamos no início uma forte
política de repreensão para todo instrutor que desviasse do seu caminho ao
afetar outros indivíduos em nosso nome.
Mais tarde decidimos agir em
prol de princípios universais de não afetação do sentido de respeitar o livre
arbítrio, mesmo que este tivesse contrário aos nossos princípios e uso de
nossos dispositivos de sensoriamento psíquico.
Nós tivemos durante este
processo um período de aproximação com seres em estágio evolutivo de ONIX, eles
tinham desenvolvido um poderoso sistema de previsibilidade e nos adequamos aos
seus ensinamentos e à medida que amadurecemos nossa consciência passamos a
monitorar as antigas colônias com nossa instrumentação e passamos a estar presente
em seus momentos da história mais marcantes, pois o futuro nos tornou possível
ser visualizado.
Mas sua civilização veio a
evoluir, e os meios de comunicação fartos passaram a associar nossa presença
como interventores do processo, como se nós organizássemos armadilhas para
prejudicar o seu desenvolvimento, ao passo que na maioria das vezes estávamos
presentes apenas como um reforço caso fosse necessário um deslocamento
consciente de nossa equipagem. Muitos dos seus silos atômicos foram desarmados diretamente
por nossas naves, porque nosso sistema preditivo previu explosões em série em
virtude de problemas de armazenamento não detectados por seus físicos.
Este sistema de
previsibilidade também nos ajudou na criação de um sistema de alerta, ao qual
era possível influenciar sua sociedade para que medidas de contenção fossem
tomadas todas as vezes que o futuro hipotético se mostrasse belicoso do ponto
de vista de nossa segurança.
Nossos aparelhos são capazes
de visualizar e até mesmo controlar procedimentos mentais, psíquicos,
fisiológicos e vitais de qualquer indivíduo. E nos reservamos o direito de
deixar que aproximem pessoas que estão dispostas conscientemente a uma
interação.
Fim da transmissão,
Max Diniz Cruzeiro
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Autor: Max Diniz Cruzeiro
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