54953 - XIII – Sono e Sonhos - 12/08/2018
XIII – Sono e Sonhos
Sergio
Tufik, Monica Levy Andersen e Luciano Ribeiro Pinto Jr. relatam sobre a moderna
compreensão do sono que muito evoluiu a partir do eletroencefalografia (EEG). O
sono é um evento que pode ser classificado a partir de dois padrões de movimentos
oculares: NREM – formado em 4 estágios; e REM (constitui de quatro a seis
ciclos com média de duração de 90 min cada).
O
sono ocupa cerca de 1/3 da vida de um ser humano. É necessário para a
organização da saúde mental e emocional de um indivíduo. O sono padrão ocorre
em 8h enquanto o estado de vigília se desloca em torno de 16h de duração.
O
sono é percebido, a partir de 1929, como um estado homogêneo, passivo e de
repouso, essa demarcação foi possível devido a introdução do EEG aos estudos
sobre o sono humano.
O
fechamento dos olhos em repouso gera ondas alfa occipitais de 8 a 13 Hz, no
estágio 1 do sono NREM aparecem as ondas teta de 4 a 7 Hz que pode ocupar até
5% do tempo total do sono. As ondas sigma aparecem no estágio 2 de 12 a 14 Hz e
duram de 0,5 até 1,5s para cada onda, e o movimento pode ocupar de 5 a 15 min
ao longo da noite. No estágio 3 as ondas delta situam-se acima de 75 µV com
frequências de 1 a 2 Hz. O estágio 4 também predominam ondas delta, porém com
raros movimentos oculares e tônus muscular em decréscimo progressivamente; o
estágio 4 pode durar de 20 a 40 minutos. Essa última fase é conhecida como o
sono de ondas lentas.
No sono
REM apresenta ondas teta de baixa voltagem de 2 a 7 Hz no eletroencefalograma
se assemelha ao estado de vigília. Ele é
chamado de sono paradoxal. As fases NREM e REM se alternam de forma que ocorre
um padrão para a sequência de estágios 1, 2, 3, 4, em seguida estágio 2 e
conexão como REM formando 1 ciclo de sono, de 4 a 6 ciclos com duração de 90 a
100 minutos cada durante uma noite de sono (Allan Rechtschaffen e Anthony Kales
– 1968) essa definição foi conhecida pelo termo arquitetura do sono.
Na
arquitetura do sono os recém-nascidos podem dormir de 16 a 20 h por dia em
estágios alternados de sono-vigília em ciclos de 3 a 4 h (sono polifásico),
onde 50% é sono REM e colabora para o desenvolvimento cerebral. A consolidação do sono ocorre em média após o terceiro
mês de vida do bebe, mas nessa fase existem episódios de sono durante o dia e o
período noturno. Somente depois é que aparece o padrão monofásico do sono. De 3
a 4 anos durante 3h as crianças passam por um sono profundo NREM e 3 a 4h em
sono REM e menos de 5h em sono leve NREM, contribuindo para o desenvolvimento
inicial do cérebro. Aos 10 anos o sono REM diminui aproximadamente 2h por
noite.
Aos 11
até os 17 anos o sono profundo NREM diminui, com aumento da quantidade total de
sono. Um corpo na puberdade exige mais sono. Em adultos de 20 a 30 anos os
padrões de sono são mais estáveis. Cerca de 25% do tempo de sono se concentra
nos estágios 3 e 4 no sono NREM. A média de sono se concentra em 7h e 30 min
por noite. Onde o sono profundo gira em torno de 1h e 30 min de sono NREM. E 4h
de sono leve NREM e 2h aproximadamente de sono REM. O padrão de sono aos 40 a
45 anos começa a se alterar para os homens; e, de 50 a 55 anos nas mulheres.
Após a meia-idade o padrão costuma a mudar para o sono profundo NREM que se
reduz gradualmente. Em adultos dentre 50 a 60 anos atingem 10% ou menos do
tempo total de sono nos estágios. Em pessoas acima de 65 existe a predominância
do estado de vigília. Existindo interrupções no sono com duração média de 30
min em repouso na cama para 15% a 20% do tempo. Quando indivíduos atingem 70
anos é comum dormirem menos de 7h por noite, com predominância do sono leve.
A
higiene no sono, para que o sono reparador possa organizar o organismo para
repor sua funcionalidade do seu funcionamento operatório em estado de vigília organizado
por pesquisadores em Medicina do Sono estabelece uma série de precauções que
uma pessoa deva tomar para viver mais, melhor e com qualidade de vida:
-
Procure deitar-se e levantar-se em horários regulares todas as noites;
- Vá
para a cama somente quando estiver com sono, não usando a cama para leitura,
ver televisão ou alimentar-se; para essas atividades, prefira a sala ou outro
ambiente;
-
Evite ficar na cama sem dormir; se necessário levante e faça uma atividade calma
até ficar sonolento novamente. Ficar na cama rolando de um lado para outro gera
estresse e piora a insônia;
-
Tente realizar atividades repousantes e relaxantes depois do jantar; tome um
banho e diminua a luminosidade do quarto enquanto se prepara para deitar-se;
-
Evite o uso de álcool e de cafeína pelo menos 6h antes do seu horário de
dormir;
- Evite
o uso de medicamentos para dormir sem orientação médica;
- Evite
cochilos durante o dia; eles atrapalham seu sono à noite;
-
Não leve problemas para a cama;
- Faça
atividades físicas regularmente, porém evite exercícios intensos pelo menos 4h
antes de dormir.
O
ritmo vigília-sono está estritamente relacionada a melatonina. Entre os
principais distúrbios do sono estão: o atraso da fase, o avanço da fase, o
jet-lag; o uso do horário padrão do sono para trabalhar. Em muitos destes casos
o sono é regulado com a aplicação de melatonina e utilização de luz solar para inibir
a produção de melatonina.
Durante
o sono podem coexistir ciclo de ondas mais intensas conhecidas como ondas
oníricas características de movimentos oculares intensos, alterações da frequência
cardíaca e respiratória, alteração da pressão arterial, aumento da
glicemia-sudorese-”ventilação pulmonar”, ereção nos homens a cada 85 minutos em
média, movimentos faciais, projeção visual com identificação interna, despertar
projetivo da mente, componentes motores e vegetativos (intensificação da
respiração) atuando no organismo, e intensa atividade onírica.
Após
os 70 anos de idade podem surgir alguns distúrbios do sono como: o distúrbio
comportamental do sono REM (DCR) que se caracteriza pela predominância da
ausência intermitente da atonia muscular e existência de espasmos musculares; a
narcolepsia que se caracteriza por episódios de sono recorrentes e de curta
duração, cataplexia que é a perda do tônus muscular, paralisia do sono com
alucinações hipnagógicas; sonhos épicos que desgastam por requererem grandes
cargas de energia, se mostram cansativos, grandiosos e laboriosos; pesadelos
são caracterizados por grande conteúdo emocional; e, estados dissociados onde
há confusão de sono, sonho e realidade.
Autor: Max Diniz Cruzeiro
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