55032 - Frustração - 03/02/2019
Frustração
Frustração
é uma medida de carga não realizada que se projeta no sentido restritivo de inibição
à projeção do pensamento cujo fator inibitório desperta emotividade no sentido
de conexão com a dor psíquica pela subjetivação de uma renúncia, de algo que
evoluiu em expectativa de se tornar concreto dentro do ambiente. Onde uma
medida esperada se relativiza, de um investimento objetal que se introduz no
sentido do objeto, que ao deixar de corresponder conforme a constância da
lógica do esperado, gera a angústia e a aflição de quem se afeta por não ser e
possuir as características e atributos idealizados e nomeados.
A
frustração gera transferência dos estados para o outro – objeto – que não corresponde à lógica do esperado. Essa
transferência de quem se ressente com o objeto porque é incapaz de perceber que
o atributo não indexado fazia parte de um vínculo que não foi ativado dentro da
noção de espaço em que os eventos deveriam ter sido desencadeados.
Frustrar-se,
portanto, é recorrer a uma falta, que não foi suprida pela fase de
planejamento. Que deixou de ter o laço e o amparo com que projetivamente pessoa
e objeto deveria fabricar e reproduzir relações.
É um
processo de quebra de uma regra, ou de um regramento ilusório de como as partes
deveriam se permutar em escala de interação. Para que a iteração entre as
partes convergisse em um tipo de sintonia que o sentido idealizado pudesse ser
realizado dentro do universo compactuado.
Esse
investimento que se faz no objeto se espera uma troca percentual a ser
compensada com um princípio de afetação que compense a lógica do investimento.
Quando
a troca não é possível, a angústia se apresenta como desfazimento do feitio da
coordenação das expectativas das partes não recompensadas no laço em que o
relacionamento entre pessoa e objeto era operatório.
Quem
pouco movimenta a sua carga encima da semiótica da construção da subjetividade
que canaliza os entes racionais que sustentam a expectativa, num balanceamento
raso entre a emoção e os elementos racionais, desenvolvem a aptidão para melhor
aceitar que a não realização seja uma resposta ambiental para um comportamento
que não coincidiu entre planejamento, expectativa e a realidade.
Outro
elemento da frustração é que o objeto assume uma importância elevada, em
relação a pessoa que planeja a realização ancorada no objeto. E que espera dele
alguns atributos que são essenciais para o desenvolvimento de quem planeja
realizar.
Essa
importância, estabelece um realce projetivo sobre o OUTRO, nomeado de modo que
a carga possa ser lançada sobre o planejamento para que a expectativa se eleve.
Em que o deslocamento de carga gere um balanceamento semântico e emocional mais
ativo para os engramas ou núcleo de rotinas neurais, que cuidam das informações
primárias mais essenciais para a realização de um projeto em que o indivíduo identifica
um ou mais atributos de realização vitais.
Expectativa
alta representa o lançamento de energia em que grande quantidade de cargas se
acumulam sobre os laços e elidem a formação dos reflexos e arcorreflexos que
formam a identidade de um pensamento.
Assim,
para uma pessoa que se planeja casar com outra e ela a desampara com o abandono,
supostamente se ancorava em construções de pensamentos que projetavam o enlace
matrimonial: “Quando nos casarmos seremos muito felizes”; “Não
consigo viver sem você”, “Você é essencial em minha vida”.
A
expectativa vicia as vias neurais dos constructos em que a carga é lançada, no
qual a frase: “Acho que vou sozinha ao cinema”, não tem o mesmo peso de
estrutura semântica em que o sistema límbico emprega o sentimento através da
emoção, para sinalizar o tipo de relação que o corpo deva reagir diante da
construção relacional entre pessoa e objeto de ordem semântica.
O
enamorado elicia, para gerar resposta, onde o balanceamento de carga traz uma
quantidade de energia que torna a decisão mais reativa cada vez que a procedure
é lançada na mente. Desta forma se repete mais a configuração em torno do
enamoramento, e mais se reforça a atitude compensadora em torno do vínculo
projetivo em que a expectativa se ancora a semântica do pensamento.
Quando
casar
não é mais possível, o laço tem que ser rompido, todas as construções
semânticas abandonadas, para que o indivíduo não sinta uma desconexão com a
realidade. A pressão do enamorar deve ser contida.
Muita
energia, neste caso estava empregada, então o evento inibitório em torno da
ação de nomear e perseguir o enamorado projetivamente deve ser recalcado, para
libertar o que antes era expectativa que se converteu agora em uma ilusão semântica.
Agora
o eu “Acho que vou sozinha ao cinema” tem que se elevar em quantidade
de energia para somatizar mais carga operatória. E as demais construções de enamoramento
devem perder a razão de suas construções metafóricas para continuar a
sobreviver diante do irrealizável.
Então
o indivíduo tem que desconstruir o objeto dentro de si, geralmente se lança fúria
para inibir a projeção mental da ilusão no pensamento. Porque a relação não é
mais desejada, não é probabilisticamente viável chegar até a realização.
Outros,
porém conseguem relativizar o conflito, diminuindo a importância do objeto. São
várias técnicas que podem ser empregadas, umas aparentam fuga, outras revides,
desterro, ou desagravo. Não importa a lógica que liberta. Importa sair da
frustração que aprisiona o desenvolvimento de quem se ressente pelo não
realizável. O importante diante de uma frustração é buscar a lógica que segue
por um caminho que preenche a falta e a angústia do que não foi possível
realizar no tempo esperado e projetado. Porque também o tempo de energização em
que se soma a carga também é importante neste modelo reativo de construção
psíquica.
Autor: Max Diniz Cruzeiro
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