Nós da LenderBook damos início a um novo projeto. Um romance em que Laisse ensina como uma mulher deve ser amada 

Laisse: Me Ensina a Te Amar [Romance I] 

No início da estação você se aproxima de mim com seus olhos de águia e interrompe meu fluxo de mulher. Eu compreendo que você observa em mim uma fragilidade e vejo em seus olhos a altivez da conquista. 

Meus pensamentos abundam em constantes emanações de não satisfazer seu ímpeto em minha direção. Não quero ser um mero troféu que você isola após a conquista como um suvenir que logo perde sua graça depois que o prêmio já está em sua posse. 

Não quero ser possuída. Quero ver em meu parceiro o ser que me complementa. As vezes me deixo usar por teus olhos, por tua carência que respinga em mim e faz com que eu a absorva e esta crença reflete em mim uma imagem esquecida de mim mesma. Então luto para não cair em teus braços. Porque esta carência que percebo também está alojada dentro de um coração. 

Me lembro de minha mãe, o quanto sofreu nas mãos de meu pai. Embora seu extinto materno quisesse sempre me poupar das horas de desagravo que os homens teimavam em contrariar nosso instinto de mulher. 

Quero ser sentida por onde vou. Não apenas uma miragem - reflexo de um homem que mostra para a sociedade a minha imagem como uma referência, um status da afirmação de sua presença no mundo como um ser vitorioso que é capaz de conquistar alguém para dedicar-lhe o seu precioso tempo em prol de um propósito que o qualifique como o macho alfa da família. 

Eu Laisse tenho muito a dizer. Cansei de ver meu espaço reprimido em dar sempre a segunda chance, fazer a segunda chamada para que você concentre um pouco sobre a razão de vivermos como uma só unidade de pensamento. 

Nossa unidade se esgotou porque ela era sua unidade de pensamento, e não a unidade de propósito que duas pessoas simulam afirmar perante a sociedade quando dizem no altar: ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE. 

O valor que se dá a palavra para a mulher é mais intenso do que para o homem. Se você fosse capaz de compreender o sentido com o qual nos dedicamos ao fruto de nosso amor, na expressão de nossos filhos, você saberia compreender minha alma. 

Eu recapitulo sua indiferença quando precisa sair com os amigos para conter o que vocês homens dizem ser UM ROMPANTE DO CICLO DO LIBIDO SOBRE A EXPRESSÃO DA NATUREZA DA MULHER. 

Eu admito. Somos biologicamente diferentes. E se você soubesse verdadeiramente me amar compreenderias as mil e uma formas de capturar meu coração em vez de seu instinto masculino incitar meu instinto para que chegamos ao impasse entre trocas de olhares, agressões e dizeres que nos entristeceriam a cada vez que parássemos para refletir a razão de estarmos juntos, da análise de que tudo não seria uma grande perda de tempo,... que a união de nossos propósitos em uma única sinfonia não teria acabado quando a música da realidade nos sintonizou por sobre os problemas e os ruídos de uma vida moderna. 

Compreendo perfeitamente que o mundo não é de cobranças. Mas você é capaz de mapear meu centro da razão e manipular minha percepção porque meu nome é ENTREGA. Meu caráter é o comprometimento. Meu libido é cumplicidade. Meu propósito é a motivação da partilha. E meu luto é saber que tudo fez parte de uma promessa que não se concretizou, ou que fez parte apenas de momentos e circunstâncias que pude aproveitar um pouco de você, pois imaginava ser a companheira de seu destino. 

Amar é um verbo muito forte e quando a palavra se esvai da mente de uma mulher que está em uma relação duradoura, surge como obstáculo um sentimento de culpa pela perda do encanto que fazia acreditar que era possível transformar os atos de comunhão de ideias para uma vida toda. 

Não o culpo pelo fracasso de nosso convívio. Eu culpo a mim por não ter sido capaz de influenciar-te dentro da maturidade necessária para transmitir todo o meu conhecimento para uma vida a dois que entre cada elemento de tropeço fossemos capazes de erguer juntos. 

Com a evolução de nossas idades compreendo que o momento é mais importante que a projeção de nossos ideias. Se compreendesse isto quando tão jovens éramos seria capaz de reter o olho negro de nossa existência. 

Via a cada noção de dia a mesma história se repetir. Você aprendia com meus erros, eu projetava meus acertos sobre você. O aprendizado foi suficiente para despertar em você nos momentos de fúria as minhas fraquezas.  

E eu querendo ser forte desejava te consumir por dentro como uma vingança de ter sido conquistada por ti. 

Você notava em mim que a cumplicidade exigia um grau de compromisso entre nós. Então em vez de aprimorar sua conquista passou a despertar em mim frações de motivos que adicionavam em minha carga somática o desejo de te possuir ainda mais. 

Nossa relação foi desgastando. Você passou a me influenciar, à medida que sentia bem em perceber em mim traços de afeição na forma de apego que o faziam ter o sentido da crença de que eras amado. 

Você queria se alimentar ainda mais desta sensação. Então conspirava para que meu centro da atenção ficasse cada vez mais aprisionado ao seu instinto masculino. 

Então passei a imaginar que em vez de encontrar-se com os amigos você se encontrava com alguém que lhe desse as sensações de quando nos conhecíamos, já que percebia em teus traços a indiferença do relacionamento, quando o convívio era necessário. 

Eu tentava desesperada te lembrar do elo que nós havíamos estabelecido para que durasse uma vida toda. Então você aproveitava a situação para barganhar por imposição aqueles aspectos que você visualizava em mim que não te agravavam em relação a sua natureza de ser. 

Então o ciúmes eclodiu. Nossa a vida a dois tornou-se uma vida de duas pessoas singulares que se toleravam durante o dia e apenas cumpria o seu papel noturno que o pacto nupcial sugeria. 

Os momentos de intensidade foram se esfriando entre nós. Nos tornamos apenas amigos. E como companheiros nutríamos a vitória de nossa relação como um incentivo ao continuísmo de nossas frustações na educação dos filhos que originaram de nosso relacionamento. 

Quantas vezes lutei para que nossos filhos não sentissem as dificuldades que passávamos, como visualizava no semblante pálido de mamãe, que possuía ainda o vigor de se reproduzir aos finais de semana para se sentir bem perante os outros como uma mulher vitoriosa capaz de estar ativa dentro de seu espaço territorial. 

Queria apenas que a felicidade tomasse conta de nosso destino. Não desejei em nenhum instante repassar para ti o status da dominação de minha satisfação como uma pessoa passiva diante do mando alheio. 

Busquei me ater na nobreza do que conseguia visualizar em sua personalidade, para me ancorar através de nossos filhos todos os elementos positivos que por ventura pudesse repassar para eles para que ao crescerem não carregassem sentimentos que o inibiriam a ter uma vida plena e satisfeita. 

Eu Laisse apenas quero te ensinar como Me amar!